Aprendizados 2025

"Se uma pessoa muda, tudo ao seu redor muda"

“Garra e União: A Corrida que Ninguém Quis Vencer Sozinho”

Certo dia, um professor foi ao encontro de jovens na África para dar aulas de esporte.
Com uma cesta cheia de guloseimas, ele propôs um desafio:
“Veem aquela árvore ali, a uns duzentos metros?
Bem, eu vou contar até três e vocês vão sair correndo.
O primeiro a tocar a árvore ganha essa cesta.”

Os jovens se alinharam, empolgados.
Mas, quando o professor disse “três!”, algo surpreendente aconteceu.
Sem combinar nada, eles deram-se as mãos…
e saíram correndo juntos, até a árvore.

Chegaram todos ao mesmo tempo.
E, juntos, dividiram a cesta de guloseimas.

Intrigado, o professor perguntou:
“Por que fizeram isso? Um só poderia ter ganhado tudo.”

E um dos jovens respondeu:
“Como um de nós poderia ser feliz, se os outros ficassem tristes?”

Essa cena simples revela uma verdade profunda:
a felicidade compartilhada é mais intensa do que a felicidade solitária.
E o verdadeiro sucesso não está em chegar primeiro —
mas em chegar junto.

Quando ouvi essa história, ela me fez pensar sobre algo que um dia escutei:
“Precisamos ter garra e união.”
Mas o que isso realmente quer dizer?

Até assistir a uma palestra da pesquisadora Angela Lee Duckworth, no TED,
que mostrou seu ponto de vista.

Ela estudou o que as pessoas bem-sucedidas têm em comum.
E descobriu que não é talento.
Não é sorte, aparência ou riqueza.
É garra — a combinação de paixão e perseverança a longo prazo.

Garra é continuar tentando, mesmo quando tudo parece impossível. É cair e levantar, acreditando que o esforço de hoje constrói o amanhã.

Existe algo que dá sentido à garra.

E isso é a união.

Lembro de um provérbio que ouvi em meu discurso de formatura:

“O mar não bebe a sua própria água.
As árvores não comem os seus próprios frutos.
O sol não brilha para si mesmo.
E as flores não exalam sua fragrância para si mesmas.”

Viver para o outro é uma regra da natureza.
Ser feliz sozinho é bom,
mas fazer o outro feliz por nossa causa é ainda melhor.

Garra nos move.
União nos conecta.

Quando temos garra, avançamos.
Quando temos união, pertencemos.
E quando as duas caminham juntas, o sucesso ganha propósito.

Porque sucesso não é apenas conquistar algo para si, mas construir algo que faça sentido para o mundo ao nosso redor.

Como na canção de Vinicius de Moraes:

“Não há você sem mim,
e eu não existo sem você.”

E talvez seja isso o que define o verdadeiro sucesso — não o de vencer sozinho,
mas o de crescer com o outro.

Aprendendo, errando, recomeçando. Não falo como quem já chegou lá, mas como alguém que está no caminho.

E se há uma coisa que aprendi com essa jornada,
é que o sucesso se torna real
quando ele é compartilhado.

Porque, no fim das contas,
garra nos move, união nos conecta,
e é juntos que chegamos mais longe.


 “A Vida nos pede Presença”

Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos, escreveu algo que me marcou profundamente.
Ele disse que “não é o crítico que importa; nem aquele que aponta onde o outro errou ou como poderia ter feito melhor. O crédito pertence ao homem que está por inteiro na arena da vida — cujo rosto está manchado de poeira, suor e sangue; que luta bravamente, que erra e que se decepciona, porque não há esforço sem erros e decepções.”

Essa frase fala sobre algo que todos nós enfrentamos: a escolha entre observar ou participar, entre proteger-se ou se arriscar.
Afinal, viver plenamente é se permitir errar, cair e ainda assim continuar.
É sobre vulnerabilidade — como disse Brené Brown — não é sobre vencer ou perder, mas sobre ter coragem de estar presente por inteiro.

Essa ideia me lembra uma história sobre Gandhi.
Uma mulher levou o filho até ele e pediu:
— “Por favor, Mahatma, diga ao meu filho para não comer mais açúcar.”
Gandhi ficou em silêncio e respondeu apenas:
— “Traga-o novamente daqui a duas semanas.”
Duas semanas depois, quando ela voltou, Gandhi olhou para o menino e disse:
— “Não coma açúcar.”
A mãe, surpresa, perguntou:
— “Mas por que o senhor não disse isso da primeira vez?”
E ele respondeu:
— “Porque há duas semanas, eu ainda comia açúcar.”

Essa resposta simples revela algo poderoso: não se pode inspirar o outro a fazer o que nós mesmos não praticamos.
É fácil apontar o caminho; difícil é percorrê-lo.
E é justamente aí que começa a verdadeira liderança — quando o exemplo fala mais alto do que as palavras.

Há ainda outra história, talvez mais antiga, sobre um velho sábio que disse a seu neto:
“Dentro de nós vivem dois lobos. Um representa o medo, a inveja, a raiva e o desespero. O outro representa a esperança, a coragem, o amor e a fé.
E eles estão sempre lutando.”
O menino, curioso, perguntou:
“Mas, avô... qual dos dois vence?”
E o sábio respondeu:
“Aquele que você alimenta.”

Essas três histórias — o homem na arena, Gandhi e os dois lobos — falam sobre o mesmo tema:
a responsabilidade de escolher quem queremos ser.
Ser o homem na arena e não o crítico;
agir com coerência antes de aconselhar;
alimentar a coragem em vez do medo.

Porque, no fim das contas, a vida não nos pede perfeição — ela nos pede presença.
Nos pede para participar, agir, acreditar — mesmo quando ainda estamos aprendendo a fazer isso direito.


 “A Forma Como Escolhemos Ver o Mundo”

Há algum tempo, li uma prece que dizia algo assim:

“Não me deixe rezar por proteção contra os perigos,
mas pelo destemor em enfrentá-los.
Não me deixe implorar pelo alívio da dor,
mas pela coragem de vencê-la.”

Quando li isso, percebi que às vezes a gente pede a Deus — ou à vida — o tipo errado de ajuda.
A gente quer que o mar se acalme, quando talvez o que precise é aprender a navegar melhor.
Quer que os problemas desapareçam, quando, na verdade, eles estão ali para revelar algo dentro de nós.

Essa prece não fala de fraqueza, fala de coragem.
Não de esperar um milagre, mas de se tornar o milagre — o ponto de virada que muda a própria história.
E talvez, quando pedimos menos proteção e mais coragem, começamos a descobrir quem realmente somos.

Certa vez, vi um poema dizer:

“Quando tocar alguém, nunca toque apenas um corpo.
Lembre-se de que toca uma pessoa — e, mais profundamente ainda, toca um Sopro.
Este Sopro é o sopro da vida, o mesmo que está em todos nós.”

Essa é uma das frases mais bonitas que já li.
Porque, assim é possível olhar para o outro de outra forma mística.
Toda vez que tocamos alguém — com palavras, gestos, presença —, tocamos algo sagrado.
E isso muda tudo: muda a forma como conversamos, como julgamos, como amamos.

Cada pessoa carrega um mundo dentro de si.
E quando reconhecemos o divino no outro, descobrimos o divino em nós também.

Mas tudo depende do olhar.
E é justamente sobre isso que fala a última história.

Dois vendedores foram enviados para uma região rural da Índia para analisar o potencial de mercado de sapatos.
O primeiro enviou um relatório curto: “Não há potencial aqui. Ninguém usa sapatos.”

O segundo escreveu: “Há um enorme potencial aqui. Ninguém usa sapatos!”

A mesma realidade.
Dois olhares completamente diferentes.

A diferença entre pessimismo e esperança, entre medo e fé, entre o que limita e o que liberta — está em como escolhemos enxergar.

Alguns veem o problema, outros veem a oportunidade.
Alguns rezam pedindo proteção, outros pedem coragem.
Alguns tocam um corpo, outros reconhecem um templo.

A vida nos dá, o tempo todo, as mesmas situações — o que muda é a lente.
E talvez o segredo de uma vida mais plena não esteja em esperar que o mundo mude,
mas em mudar a forma como o vemos.

Porque, quando mudamos o olhar, tudo muda: o que parecia obstáculo vira aprendizado,
o que parecia dor vira força,
e o que parecia vazio se torna espaço para o novo.


“O Valor Que Permanece”

Certa manhã, um viajante caminhava por um canteiro de obras.
Ali, três homens cortavam pedras sob o sol.
Curioso, ele se aproximou do primeiro e perguntou:
— “O que você está fazendo?”
Sem levantar o olhar, o homem respondeu:
— “Estou cortando pedras.”

O viajante então perguntou ao segundo:
— “E você?”
O segundo ergueu a cabeça, limpou o suor da testa e disse:
— “Estou construindo um muro.”

Por fim, o viajante se aproximou do terceiro.
Ele trabalhava com o mesmo martelo, as mesmas pedras, o mesmo calor — mas havia algo diferente em seu olhar.
Com um sorriso, ele respondeu:
— “Eu? Estou construindo uma catedral!”

A história é antiga, mas continua atual.
Ela nos lembra que, às vezes, o que muda não é o trabalho — é o significado que damos a ele.
O primeiro via uma tarefa.
O segundo via um projeto.
O terceiro via um propósito.

E talvez o segredo esteja nisso: em mudar a perspectiva, mesmo quando a realidade não muda.
Em transformar o “estou cortando pedras” no “estou construindo algo maior do que eu”.

Mas o problema é que, no meio do caminho, a gente começa a duvidar.
A gente se compara, se mede pelos outros, e esquece que cada um tem o seu ritmo, o seu propósito e o seu tempo.

Há uma história curiosa sobre cem ratinhos que decidiram competir para ver quem conseguiria subir na Torre Eiffel.
Logo na largada, todos começaram com energia. Mas, à medida que subiam, uns diziam aos outros:
“Não vai dar!”
“Vamos cair!”
“É impossível!”
E, um a um, eles foram desistindo.
Só um ratinho chegou ao topo.

Quando o entrevistaram para saber seu segredo, perceberam algo: ele era surdo.
Não tinha ouvido as vozes que diziam “não vai dar”.

E às vezes, o que mais precisamos para chegar ao topo é isso:
ficar surdos para o medo, para a dúvida, para as comparações.
Acreditar, mesmo quando ninguém mais acredita.

Porque quando a gente se compara, esquece de ver o que realmente importa: o nosso valor.
E o valor não depende do olhar do outro — ele está em nós.

Um professor certa vez mostrou isso de um jeito simples.
Diante de sua turma, ergueu uma nota de cem dólares e perguntou:
— “Quanto vale isso?”
“Cem dólares!”, respondeu a classe.
Ele amassou a nota, pisou nela, jogou no chão e perguntou novamente:
— “E agora?”
“Cem dólares!”, responderam os alunos.

O professor então disse:

“Lembrem-se disso na vida.
Não importa o quanto te amassem, te pisem ou te desprezem…
o seu valor continua o mesmo.”

E é verdade.
A gente pode cair, pode errar, pode se sentir pequeno — mas o valor que temos não se perde. Ele só se esconde, esperando que a gente o reconheça de novo.

Por isso, talvez sucesso não seja ser o melhor — mas continuar acreditando no seu valor, mesmo quando o mundo tenta desvalorizá-lo.
Talvez propósito não seja descobrir uma missão grandiosa — mas fazer o que você faz com significado, mesmo nas pequenas coisas.


“A Força de Escolher Como Reagir”

Quantas vezes, na vida, sentimos que a raiva dos outros nos atinge?
Um dia, o Buda caminhava por uma aldeia quando um jovem se aproximou, gritando e insultando-o:
— “Você não sabe nada! Como pode ensinar sabedoria?”
O Buda apenas sorriu. O jovem ficou ainda mais irritado e perguntou:
— “Por que você não reage?”

E o Buda respondeu com uma pergunta:
— “Se alguém lhe dá um presente e você não o aceita, a quem ele pertence?”
— “A quem deu”, disse o jovem.
— “Exatamente. O mesmo acontece com sua raiva. Se você a entrega a mim e eu não aceito, ela continua sua. Eu não preciso carregá-la.”

A primeira lição é simples, mas poderosa: não precisamos levar sobre nós o que não nos pertence.
A raiva, o julgamento, o ressentimento — tudo isso só nos afeta se permitirmos.

E isso nos leva à segunda lição: a importância da compreensão e da empatia.
Em um trecho de Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, um pai percebeu que estava sendo severo demais com o filho.
Ele relembra o dia inteiro de críticas — o café derramado, as meias rasgadas, os gestos desajeitados — e percebe que o menino apenas queria ser amado.
À noite, o filho veio, sem exigir nada, deu-lhe um beijo e voltou para a cama.
E o pai, emocionado, entendeu: o que importa não são os erros, mas sim o esforço de continuar tentando acertar.

Essa atenção ao outro, no entanto, começa dentro de nós mesmos.
Dale Carnegie nos lembra: levante a cabeça, encha os pulmões de ar, sorria para o mundo, visualize quem você deseja ser e avance sem desanimar.
Não permita que críticas, frustrações ou comparações desviem você do que realmente importa.
A postura mental — a coragem, a sinceridade e a animação — transforma o que sonhamos em realidade.

E, finalmente, o que conecta todas essas lições é a escuta.
Uma criança disse à mãe:
— “Mãe, eu sei que você me ama.”

E completou:

— “Eu sei porque, sempre que quero conversar, você para o que está fazendo e me escuta.”

Amar, ensinar, liderar, viver plenamente — tudo começa com ouvir verdadeiramente, tanto o outro quanto a si mesmo.
Porque a vida não é sobre reagir ao que nos acontece, mas sobre escolher como reagir, como perceber o mundo e como tocar a vida das pessoas com presença e empatia.

E quando conseguimos isso — não reagir à raiva alheia, compreender antes de julgar, continuar avançando, ouvir de coração aberto — descobrimos algo incrível:
o poder de transformar nossas relações, nossos dias e, acima de tudo, a nós mesmos.



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